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Real digital: o que é e como funciona a nova moeda virtual brasileira?

Você já imaginou poder fazer pagamentos e transferências sem precisar de notas de papel, cartões ou intermediários financeiros? Essa é a proposta do Real Digital, a moeda virtual que o Banco Central do Brasil (BC) está estudando emitir nos próximos meses.

Vamos entendê-lo melhor a seguir? Como ele funciona e quais são as suas vantagens? Acompanhe!

O que é o Real Digital e por que foi criado?

O Real Digital será a moeda virtual oficial brasileira, uma extensão das cédulas físicas transacionadas exclusivamente no ambiente digital. De acordo com o próprio BC, ele foi criado para:

  • promover a cidadania financeira e a inclusão financeira;
  • favorecer a participação do Brasil nos cenários econômicos regional e global;
  • aumentar a competitividade e a eficiência do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB);
  • e acompanhar as inovações tecnológicas e as demandas da sociedade por meios digitais de pagamento.

Nossa moeda virtual oficial será emitida pelo BC. Isso lhe confere o status de Central Bank Digital Currency (CBDC), ou moeda digital de banco central. As CBDCs possuem vínculo com bancos centrais e governos, e por isso são diferentes das criptomoedas.

Entendeu o que é o Real Digital e como ele se diferencia das criptomoedas? Então vamos ver o seu funcionamento!

Como funciona o Real Digital?

O Real Digital ainda está na etapa de testes pelo BC. Porém, já são conhecidas algumas características básicas de como ele vai funcionar. Veja:

Blockchain e criptografia

A tecnologia blockchain, um sistema de registro distribuído e imutável, garante a segurança e a transparência das transações. A criptografia será o método de codificação de dados para proteger a identidade e a privacidade dos usuários.

Transações e validação

Os usuários podem fazer transações diretas entre si, sem intermediários financeiros, por meio de carteiras virtuais. Elas serão validadas pelo BC, que definirá regras e limites para as operações, ou por entidades autorizadas por ele.

Segurança e privacidade

Os princípios de segurança e privacidade serão estabelecidos pelo BC e pela legislação brasileira. O BC deve:

  • garantir que a moeda digital seja resistente a fraudes, ataques cibernéticos e falsificações;
  • e respeitar os direitos dos usuários quanto à proteção dos seus dados pessoais e financeiros.

Quais são as vantagens do Real Digital?

Já pensou em fazer pagamentos e transferências em poucos segundos, sem intermediários financeiros? Esse é só um dos benefícios da moeda virtual oficial para usuários, mercado e sociedade. Confira alguns deles:

  • Integração com outras inovações do SPB, como o Pix, o Open Banking e o Sandbox Regulatório.
  • Agilidade e facilidade nas transações eletrônicas, com pagamentos e transferências a qualquer hora, em qualquer lugar.
  • Inclusão financeira devido ao maior acesso da população aos serviços financeiros. Basta um dispositivo móvel e uma conexão à internet para ser utilizado.
  • Redução de custos operacionais e administrativos das transações financeiras. Elimina ou diminui a necessidade de intermediários financeiros, infraestrutura física e processos burocráticos.

Como adquirir e utilizar o Real Digital?

A expectativa do Banco Central do Brasil é implementar o projeto em 2024. Mesmo sem a disponibilidade para o público neste momento, seu funcionamento já possui uma base.

As carteiras virtuais são aplicativos ou dispositivos que armazenam e gerenciam as moedas digitais. Elas serão fornecidas por bancos ou instituições financeiras autorizadas. Para efetuar pagamentos e transferências, o usuário precisará dessa carteira, onde poderá acessar seu dinheiro virtual. Ele será emitido da mesma forma que o real tradicional. 

As transações são instantâneas, irreversíveis e diretas entre os usuários, sem intermediários financeiros. Basta informar o valor e o destinatário da operação (identificado por QR Code, chave Pix ou outro meio definido pelo BC).

A ideia é que nossa moeda virtual oficial possa ser utilizada em qualquer país sem necessidade de conversão de moedas.

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O Real Digital pode substituir o dinheiro físico?

A CBDC brasileira não tem a intenção de substituir totalmente o dinheiro físico, mas sim de complementá-lo. Isso porque as cédulas ainda têm grande demanda e uma função social importante no Brasil.

No entanto, é possível que a implementação da moeda virtual oficial reduza gradualmente a circulação do dinheiro físico no país. A tendência é que os usuários adotem cada vez mais os meios digitais de pagamento. 

Discussões sobre o futuro do dinheiro

O Real Digital faz parte de um movimento internacional de transformação do dinheiro na era digital. Cada vez mais países estão estudando ou desenvolvendo suas próprias CBDCs. Elas podem mudar a forma como ocorre o relacionamento com o dinheiro e com as instituições financeiras. 

Para além dos benefícios citados, há outros impactos relevantes dessa inovação na economia e na sociedade, tais como:

  • maior exposição e vulnerabilidade dos usuários aos riscos tecnológicos;
  • maior transparência e rastreabilidade das operações financeiras, com combate à lavagem de dinheiro, à sonegação fiscal e à corrupção;
  • maior complexidade e incerteza jurídica e regulatória (sobre os direitos e deveres dos usuários, dos provedores de serviços e do BC).

Uma das perguntas mais relevantes nesse contexto é: como será a regulamentação do Real Digital?

Desafios e perspectivas para o Real Digital

A CBDC brasileira ainda está em fase de estudos e testes pelo BC, que pretende lançar projetos-pilotos nos próximos meses. No entanto, há vários desafios e perspectivas para que ele se torne uma realidade no Brasil. 

Regulamentação e fiscalização

O novo projeto exigirá uma regulamentação específica. Esta definirá as regras, os limites e as responsabilidades das partes envolvidas nas transações com a moeda virtual. O Banco Central deverá:

  • estabelecer um arcabouço jurídico adequado;
  • fiscalizar e supervisionar as operações;
  • e evitar fraudes, abusos e ilícitos financeiros. 

Aceitação e popularização

Para que a moeda virtual cumpra o seu objetivo de inclusão financeira, ela deve ser aceita e popularizada. Para tanto, será preciso promover educação financeira, cidadania digital e acesso da população para que o projeto seja efetivamente implementado.

Concorrência de criptomoedas

Por mais que não seja uma criptomoeda, a moeda virtual oficial brasileira enfrentará a concorrência de outras formas de dinheiro digital. Todas têm vantagens ou desvantagens em relação ao projeto do BC, dependendo das preferências e das necessidades dos usuários.

Se as criptomoedas oferecem maior autonomia e descentralização, apresentam volatilidade, instabilidade e insegurança, por exemplo.

Conclusão

O Real Digital é a moeda virtual que o Banco Central deve emitir nos próximos meses. Essa extensão virtual do dinheiro físico permitirá que os brasileiros façam transações eletrônicas de forma mais prática, segura e inclusiva. É mais uma novidade no sistema financeiro do Brasil. 

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